quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Terapia, aquela ainda.

Decidir fazer terapia, por si só, já uma terapia. Primeiro, é chegar a conclusão de que realmente você precisa disso (aceitação), depois, é viver com a relutância dos seus próprios instintos, que por medo, te fazem querer adiar, arranjar desculpas para não procurar ajuda (negação), e depois, quando você se rende a terapia, é o pior momento, pois, tudo aquilo que seu inconsciente teme em ser remexido, sim, é justamente aí que se é mexido.

Nada disso que eu estou afirmando aqui é uma teoria psiquiátrica, é apenas o que eu já vivi, e o que presencio nas outras pessoas que ainda têm essa relutância em fazer terapia. Acreditamos que aquela tristeza, e todo aquele sentimento que temos vai passar, que é possível superar sozinho, que não há necessidade de envolver um profissional para resolver os nossos problemas pessoais, e eu estou falando “acreditamos” e “nossos” pelo simples fato de saber que não é apenas comigo que é assim, é com a grande maioria que se sente depressiva ou/e emocionalmente afetada.

Eu costumava acreditar que tudo era fase, que ia passar, porém, a tristeza só amenizava, e eu, acreditava que isso era saber controlar. As coisas fugiram do controle quando eu sentia que eu não me aguentava mais ser daquele jeito, EU NÃO ME AGUENTAVA MAIS SER ASSIM, agir assim, não era eu, na verdade, eram meus sentimentos falando por mim, e a pessoa que eu era, não é quem eu desejo ser. Neste momento eu decidi procurar ajuda, pois, sabia que sozinha eu não conseguiria de jeito nenhum, tudo já estava fora daquilo que eu considerava “controle”.

E quem pensa que começar a terapia é significado de amenizar a dor, pode tirar o cavalinho da chuva. Não quero desmotivar ninguém, mas terapia é para quem tem coragem, pois, chafurdar na lama de lembranças dolorosas, aquelas as quais foram enfiadas lá no fundo do baú de memórias é algo que poucos tem coragem para fazer. E dói, ah como dói minha gente, são litros e litros de lágrimas que você nem imaginava ser possível em apenas 45 minutos de conversa com a psiquiatra.

Não só de choro a terapia é feita, há altos e baixos durante esse tratamento, que pode ser um tratamento curto, ou pode demorar longos anos. Eu, passei por alguns momentos bem depressivos durante a terapia, uma tristeza absurda, e passei por momentos de bloqueio também, o que não significa que esse tratamento não funcione, pelo contrário, é o nosso organismo respondendo de algum jeito aos efeitos da terapia.

O importante é identificar esses sentimentos e compartilhar com o médico, pois isso, de alguma forma vai poder definir um curso para a terapia, e focar nas coisas que deixam nossos sentimentos e emoções á flor da pele, porque, muito provavelmente é nesses sentimentos que muitas respostas serão encontradas.

O bloqueio é algo que deve ser percebido, eu por algum tempo estive bloqueada para a terapia, mergulhada em coisas superficiais, era novamente meus sentimentos me sabotando, me deixando na zona onde me era confortável, onde possivelmente a dor não seria tão grande, onde eu não teria que pensar, e nem sofrer.

Meu sub-consciente sabotador, é um safado mesmo! Assim que eu me dei conta do que estava fazendo, percebi que me sabotar também me fazia infeliz, pois, não estava me ajudando, não era para me manter em coisas superficiais que eu estava fazendo terapia, e sim, justamente para me aprofundar e tentar entender coisas que sozinha, é difícil, é terrivelmente difícil.

Bom, falar de terapia, é pedir justamente para eu escrever longos textos, que para algumas pessoas, acabam sendo bem chatos, afinal, nem todo mundo é transtornado como eu, há pessoas normais, ou pelo menos eu acredito que existam pessoas normais, espero um dia conhecer uma dessas pessoas.
Então, eu disse que voltaria escrever, daí passou um caminhão e arrebentou o fio do poste de telefone, mas, consegui que logo viessem consertar isso, porque não, eu não posso ter uma boa internet sem dar alguma merda na minha vida. É, bem vindo ao blog  =)

Bêj 

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