segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

As metades da laranja.

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Na virada desse ano, 2012/2013, eu apenas queria ficar bem tranquila em casa, pois, eu não queria toda essa loucura de festa que é o ano novo, praia e gente bêbada. Até porque, não gosto de deixar a minha mãe sozinha, e eu meio que me sinto um pouco responsável por ela quando estou apenas eu e ela em casa, e vejam só, isso é quase uma inversão dos papéis, agora quem cuida dela sou eu.

Na tarde do dia 31 resolvi visitar a única amiga que eu mantive desde os tempos da adolescência, porque os outros “amigos” da adolescência o contato é apenas superficial, não existe isso de visitar, sair junto nem nada, no máximo um OI e nem um TCHAU.

E ela me convidou para sair naquela noite, pois era ano novo. Eu relutei, mas acabei cedendo, dizendo que iria com ela. Quando estávamos indo, a mãe dela ligou para desejar feliz ano novo para ela, que ela tivesse muitas felicidades, e que ela ARRANJASSE UM BOM HOMEM para faze-la feliz.

Ora, veja bem, após ela desligar o telefone questionei se a mãe dela acreditava que ela só seria feliz ao lado de alguém, que ela não poderia ser feliz sozinha? Ao que ela me diz que tinha esse mesmo pensamento, que não gostava de se sentir sozinha e queria um marido para “assumi-la”.

Quando eu escuto esse tipo de coisa, eu realmente fico meio chocada, e triste por não saber o que dizer a uma pessoa que pensa dessa maneira. Não é bem um julgamento isso, é apenas o meu pensamento.

Eu, como disse no último post, estou com um pensamento muito livre, porque sim, eu sou uma mulher livre, e não, eu não PRECISO de um homem. Os homens que entram na minha vida, entram porque eu permito, não porque eu NECESSITO disso.

Tem toda uma evolução em mim, para pensar dessa forma, eu já tive muitos relacionamentos, e com eles aprendi que não podemos ser dependente de ninguém, se tornar dependente envolve muito mais coisas do que só amor, aliás, eu diria que muitas vezes, quase não existe amor em uma relação de dependência. É como se você precisasse da pessoa para ser você, e na minha concepção, isso é errado.

A história das metades da laranja, sabe? Tudo errado. Não é assim que se fazem as relações. Depender do outro, precisar ter o outro, se apossar do outro, querer ter poder sobre o outro. Não, não, não e não. Isso não é amor, amor é outra coisa.

Primeiro, antes de tudo, antes de mais nada, você tem que ser completo por si só, se amar, se amar muito, antes de amar o outro. Uma pessoa completa, feliz consigo mesma é muito mais atraente do que uma pessoa dependente do amor do outro. É nessas relações de dependência que surgem os ciúmes, tentativas de posse sobre o outro, brigas por poder, perde-se a liberdade, não se tem nada, muito menos amor. Se tem mesmo é a vontade de controle, que pode ser um sentimento maior até que o amor.

Eu tive relações assim até muito, muito pouco tempo (isso me lembra que prometi um post falando sobre o término do meu último namoro e ainda nem fiz, me cobrem). E realmente, eu comecei a perceber que não era dessa forma que eu queria que as coisas acontecessem. Um relacionamento deveria apenas somar, não subtrair coisas. E eu, nessas relações, acabava me sentindo presa, e perdendo coisas, momentos, acabava sendo algo que me fazia sofrer, e não ser feliz.

Por todas essas experiências ruins, umas muito, outras nem tanto, eu estou tentando mudar a minha maneira de ser nas relações, e confesso que mudar é difícil, se controlar para não querer possuir e controlar a vida do outro é uma tarefa e tanto, e fazer com que o outro não queira te controlar também é. Aos poucos eu vou aprendendo que não, o outro não me completa, a única que pode me completar sou eu mesma, não, eu não controlo o outro e nem o outro me controla, a única coisa que eu DE FATO tenho controle é sobre a minha vida e nada mais, eu faço o que eu bem entender sim, desde que respeitando o outro, porque sim, respeitar é amar, controlar não.

E esse assunto se estende bastante, e muito, e demais. É muita coisa a aprender, mas, nada que seja impossível.

A minha amiga tem uma maneira diferente de ver as relações dela, mas, eu já experimentei essa maneira e PARA MIM não deu certo, para ela, pode ser que funcione, mas comigo não é assim.

Quero ser uma laranja inteira, e quero encontrar outra laranja para mim, porque é assim que nascem as laranjas, inteiras, não pela metade.

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