terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Encontro a três.

Esse texto, foi inicialmente escrito para um blog que foi um dos meus trabalhos do curso técnico em secretariado que fiz de 2008 até 2010. Tínhamos que escrever textos variados, e na época, segundo semestre de 2008, foi o momento em que meu primeiro namoro, de quase quatro anos, tinha terminado, e escrevi sobre uma situação que vivi logo após o término da relação.

Encontro a três.

“Preciso escrever um texto... Um texto de tema livre. O que é tema livre? Seria colocar todo o meu sentimento em um texto? Pois bem... O que estou sentindo agora? Na verdade não sei bem... Talvez seja um misto de tudo. Tudo o que senti ao vê-lo, ele que disse que não ia me magoar, agindo de forma contraria às suas palavras, sim, me magoando e me cortando toda por dentro, dilacerando meu coração.
Apenas o olhei, sem expressão, apesar de surpresa, a expressão não apareceu em meu rosto. Foi a primeira vez que realmente senti algo depois do que aconteceu. Ele não agüentou meu olhar, tentou fingir que não viu, depois olhou tentando ser insensível, não conseguiu, desviou e baixou o rosto. Ela? Nem sei, não era importante a expressão dela, e, para mim, tanto faz, não a conheço mesmo, mas creio que ela me conheça, antes mesmo de eu saber quem era, ela já me olhava e analisava, nunca me importei, tanto faz como tanto fez. Queria que ele tivesse evitado esse encontro, mas ele não o fez.
Não é uma dor de amor, é uma dor inexplicável, é dor de uma traição sem ser realmente traição, me traiu com palavras, não cumpriu o que disse e isso machuca, me faz pensar que não sou importante, que não sou ninguém. Mas um dia fui alguém importante, como posso agora nada significar?
O olhar dele, olhar de culpa, olhar de quem comete um erro, e ele cometera. Isso me fez pensar muitas coisas, desejando todo o mal a ele, mas não quero mal a ele, apenas queria respeito por tudo que tivemos, foi tanto tempo, faz tão pouco tempo que acabou. Ela é tão diferente de mim, é tão comum. Combina com ele. Merecem apenas o meu desprezo.
Os homens são tão complicados, agem de formas tão diferentes, não sei o que esperar. Mas isso eu não esperava. Ficou surpreso em me ver? Ela não... Sabia exatamente meus horários. E ele caiu na armadilha, homens são tão bobos.
Já tive outros em minha vida, talvez tenha feito até mais rápido que ele, mas agi com discrição, apesar de esta característica não ser o meu forte, agi longe e onde ninguém poderia ver, em um lugar que não me lembrava ele. Mas, pelo jeito, se tivesse feito antes, depois, na frente ou não, para ele, não faria diferença. No entanto, para mim fez.
Ainda estou sozinha, ele não, foi isso que ele escolheu. Não foi bem isso que eu escolhi. Queria estar sozinha, mas ter alguém, ou “alguéns”, é tão difícil... Então sofro por isso também.”

Aqui é o link para a postagem original do blog, que já não é mais atualizado, mas na época, foi um trabalho bacana, e foi uma das coisas que me inspiraram a criar o VIDA DE MERDA no ano seguinte.

Entendam pelo que eu passei. Na época que comecei a namorar aquela pessoa, tinha apenas 16/17 anos de idade, nunca tinha tido um namorado antes.

A relação com ele era boa, e por muito tempo eu fui apaixonada por ele, eu o amei, de verdade, a primeira vez que descobri um sentimento tão forte por alguém, o que me fez ver que o que eu já tinha sentido por outras pessoas não era nada parecido com aquilo que eu senti por ele. De qualquer forma, passamos por coisas que ainda me deixam chocada de como, COMO eu não percebia tudo o que ele fazia pelas minhas costas? Não dá para entender.

Claro, com o final do namoro, as pessoas à nossa volta começam a nos contar coisas, coisas que deveriam ter sido contadas na época do namoro, e não três anos depois. Enfim, ele vinha me traindo há muitos meses com a garota do texto, isso eu descobri há pouco tempo, mas outras coisas como mentir, sair escondido, dar desculpas para “fugir”, tudo isso ele fez. É claro que na época, ele conseguia me enrolar, pois para mim ele era um santo, mas foram me contando, e eu fui pegando um tipo de repúdio por ele, que tenho até hoje. Olha, terminamos há 5 anos e eu ainda tenho vontade de colocar fogo na moto dele quando passo pela frente da farmácia, ou pelo menos dar um chutinho para ela cair no chão.

Como eu percebi depois, o nosso namoro tinha que ter terminado até antes dos 3 anos e meio. A vó dele era uma maluca que não gostava de mim, e eu tampouco dela, ele era um fodido na vida, e eu, queria sempre crescer. Acredito na evolução do ser humano, quero estar nesse constante crescimento, aprendizado, não me contento com pouco. Pode parecer meio hipócrita, meio arrogante, mas eu quero sempre mais, mais da vida, mais do conhecimento, e ele não queria isso. Queria passar a vida atendendo no balcão de uma farmácia, que é o que ele faz até hoje. E o amor, não existia mais amor na relação, era a comodidade de ter alguém ao lado. Falei sobre isso no post de ontem AQUI.

Nós dois não éramos mais compatíveis, em mais nada, e ter ele longe da minha vida, foi como se eu estivesse saindo de uma bolha que não deixava eu ver o mundo com clareza, e foi o que aconteceu, eu só evoluí depois que acabamos. Tive esse momento de dor na época, não é fácil descobrir que seu namoro era baseado em mentiras, mas levantei muito rapidamente, tive momentos depois disso, que nada tinham a ver com ele, que não foram legais, mas é como se eu sempre estivesse muitos degraus acima dele, e eu tenho a certeza de que ele nunca vai conseguir me alcançar.

Então, essa história, foi uma relação de dependência, eu dependia constantemente do amor dele, eu deixava de brigar com ele por coisas que eu não gostava, apenas para tentar não perde-lo, e mesmo assim, a relação terminou, o que significa que ser submissa na relação, não adianta nada. Deixar meus planos engavetados por estar com uma pessoa é burrice, e eu, estava fazendo isso.

Bem, essa foi a história do primeiro namoro, de como acabou, de quanto tempo durou, eu tinha 20/21 anos quando escrevi esse texto, e desde lá, eu consegui conquistar muita coisa que eu jamais sonhei ser possível enquanto eu estava na companhia dele, então, eu sou muito feliz por essa relação ter terminado antes que fosse tarde.

 

Beijo procês =*

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