sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Desgraça pouca é bobagem...


Quando cê tá lá, FELIZONA por ter conseguido um estágio (sim, eu começo a estagiar na prefeitura de POA em breve) Então… CABRUM… Deságua a chuva em Porto Alegre e regiões metropolitanas. Chove um dia, chove dois… Chove três… Então… Contei aqui em um post antigo sobre o que acontece quando chove na minha cidade… Alaga a rua, as casas, o povo entra em caos, gritaria, babado e confusão. Enfim… Na minha casa nunca entrou água, por ser alta e tals, mas o meu pátio sempre alaga, a minha rua sempre alaga e ficamos ilhados normalmente. Ver todo mundo tendo que sair de suas casa sempre foi desolador para mim, eram poucos os sortudos que não tinham suas casas invadidas pelas águas do arroio Feijó (passa atrás da minha casa).

O problema é que quando se chove três dias sem parar… A rua alaga, o pátio alaga e sim, pela primeira vez entrou água na minha casa. Eu não estava em casa quando aconteceu, tinha ido dormir na casa da minha irmã, mas tive que voltar em casa com meu cunhado lá pela meia-noite para buscar minha mãe que estava ilhada… E até mesmo em Porto Alegre, Avenidas que são as principais estavam impossíveis de serem atravessadas de carro. Foi me dando um pavor, eu me perguntava como estaria a minha casa, se em Porto Alegre estava daquele jeito, imagine em Viamão. Não conseguimos chegar até a minha casa naquela noite porque a água nos impossibilitava de passar com o carro na rua, apenas buscamos minha mãe em um local seco e fomos para a casa da minha irmã.

Dormir aquela noite? Sem condições, ficava pensando na casa, nas coisas que tinham sido danificadas, na minha cadelinha que tinha ficado na casa do vizinho, coisa que ela não está acostumada, imaginando milhões de coisas, e passou de um tudo na minha cabeça bem fértil. Mal podia esperar para chegar em casa e ter a certeza que estava tudo bem, mas a verdade é que nada estaria bem, e isso me fazia ficar sem dormir. Ainda mais sem ter um Rivotril para me acalmar. Acabei tendo umas duas horas de sono muito mal dormidas, logo que acordei voltei para casa o mais rápido que consegui. E quando cheguei em casa, a destruição começava pela fachada da casa. Tinha uma tela na frente. Tinha. Tinha. Agora não tem mais. Tinha um degrau no portão para entrar no pátio. Tinha, agora não tem mais.

Eu cheguei a filmar e tirar fotos, mas prefiro nem postar porque a imagem é desoladora, me causa tristeza e me faz virem todos os sentimentos que eu senti durante uns três dias seguidos. Foi uma regressão na minha depressão imensa, sabe? Muito do que eu já tinha conseguido me recuperar acabou nesses dias, e a vontade de acabar com a minha vida foi a mais forte que eu senti em toda a minha vida. Inexplicavelmente eu queria apenas morrer, porque não conseguia e não sabia como lidar com essa situação insuportável.

Abrir a porta e ver o chão coberto de lama, e a marca na parede de que a água devia ter entrado até a minha canela só me fez pensar CARAIO! E lá fui eu começar a limpeza. E quanto mais eu limpava, mais eu tinha vontade de morrer, chorar, entrar em parafuso. Não sabia por onde começar, nada, nada ficava limpo, nada. E eu começava a achar que não ia conseguir, queria desistir, largar tudo, fugir, sei lá, mas não conseguia lidar com aquilo. E de fato, não consegui terminar, consegui apenas limpar para “dar para dormir”, porque limpo mesmo só ficou quando a minha mãe limpou no dia seguinte. Ainda está tudo muito úmido, mas já sinto que estou melhor, sem pensar em morrer e recair em depressão, porque os primeiros pensamentos eram esses. Quando você se vê em uma casa, totalmente inabitável, o desespero, e a depressão chegam sem dó!

Agora estou me recuperando, não tive terapia ainda depois disso, mas certamente será o principal assunto. Apesar de estar quase 100% recuperada dessa situação, eu sei que preciso entender diversas atitudes e sentimentos que eu tive durante o momento desse acontecimento. Fora todas as mudanças que tem me acontecido, sabe? Familiar e amoroso, esses laços tem andado por um fio. Na verdade o laço familiar é um laço eterno e importante para mim, que não há como se romper, mas o laço amoroso foi rompido. É difícil falar disso novamente, então não irei fazer.

E a verdade é que a única coisa boa que aconteceu foi o estágio que eu ainda não comecei. Então quer dizer, é UMA coisa boa para DEZ ruins, eh vida boa heim!!

Beijos

Nenhum comentário:

Postar um comentário