domingo, 24 de março de 2013

E de repente, eu não queria mais…

Semana passada foi a minha primeira consulta com a psiquiatra no consultório novo, e nossa, quanto conforto! Melhoramos muito, fugimos daquele clima horrendo do hospital, e daquelas cadeiras desconfortáveis, e também daquelas salas com paredes super finas que dava para escutar a choradeira de outros pacientes nas salas do lado.

Essa semana, na consulta, surgiu muito o assunto da faculdade, sobre ser realmente isso que eu quero, e sobre o curso, e sobre tudo…

Arquitetura nunca foi a minha vontade, é verdade. Eu buscava um curso que eu fosse usar minha criatividade, queria design visual, ou gráfico. Queria mexer com mídias sociais, internet, blogs, sites, layouts e tudo isso, mas caí na arquitetura de paraquedas, e gostei, porque na verdade, arquitetura não deixa de ser design, aprendemos design, mechemos com mídias gráficas como corel draw e entre outros programas.

Ao longo do curso, vi muita gente desistir, e uma colega que desistiu me marcou com uma frase que justificou quando eu perguntei porque ela sairia do curso: “Arquitetura é para quem ama, eu não amo arquitetura”. E isso me chocou, me marcou, me doeu, e porque? Porque eu não amo o curso que eu estou fazendo, mas diferente de outras pessoas, eu não posso simplesmente abandonar o curso e ir viver la vida loca.

Eu tenho uma bolsa em uma das melhores universidades privadas do estado, uma bolsa integral em um curso cuja mensalidade ultrapassa os dois mil reais. Eu não posso sair, eu poderia trocar de curso? Sim, poderia, mas não há outro curso que eu realmente tenha vontade de fazer na faculdade em que eu estudo. E esse é o grande dilema.

Então, essa semana foi meio louca, que eu passei da convicção de me formar logo para a realidade de que não é bem por aí, de que o curso não está me deixando satisfeita.

Enlouquecida, confusa e triste eram as sensações que eu estava sentindo, pois, além de não saber o que fazer, percebia que não queria continuar onde estava, então foram muitas sensações estranhas que eu senti nesses dias. Foram momentos reflexivos que me fizeram tomar algumas decisões e buscar algumas informações.

Tranquei três disciplinas, o que me dá mais tempo livre, tendo um dia de folga na semana.

Conversei com um professor meu, que descartou a hipótese de que vá ser aberto um curso de graduação em design na universidade tão logo.

E esse mesmo professor me disse que o melhor curso de design ainda é a arquitetura.

Busquei informações em outras faculdades sobre os cursos de design, mas, nada satisfatório.

Refleti sobre a minha situação.

Cheguei a conclusão final que na verdade, eu até gosto da arquitetura, o que eu não gosto é do curso oferecido pela universidade que eu faço. Isso pode chocar um pouco, mas é a verdade. O curso de arquitetura na minha faculdade é fraco.

Sinto muita falta de prática. Vejo muita, muita, muita teoria, demais.

Imaginem que apenas de história eu tenho 7 ou mais cadeiras.

Seria muito bom se nas cadeiras de projeto então eu ter o assunto voltado para a prática, não é?

Eis que o primeiro trabalho de projeto que eu faço é sobre a vida de um arquiteto que, óbvio, já morreu. Gente, trabalho repetitivo, que eu já fiz igual em pelo menos duas cadeiras anteriores, sabe? Isso não é projeto!!

E sem contar que o curso foca muito pouco na parte gráfica, que é muito importante na arquitetura, principalmente porque é isso que hoje mais se trabalha, a área gráfica, e o curso é pobre nessa área. Tão pobre que na faculdade há apenas um laboratório de informática com apenas uns 20 computadores. Eu, no quarto semestre nunca tive UMA aula de AutoCad, para vocês terem uma ideia.

Tudo isso cansa, irrita, e claro, desestimula. Não sei o que fazer, e quando não se tem certeza do que fazer não se faz nada. E por enquanto é assim, continuo fazendo minhas 5 cadeiras e levando a faculdade.

E quando eu chegar a uma solução que possa ser executada, eu conto a vocês. Por enquanto, a única solução que eu tenho é continuar na arquitetura e fazer pós graduação em design. Porém, isso é algo para daqui a uns cinco anos né!

Beijo procês!

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